quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Marés de Inverno - Salvador 27 de Novembro de 2008














Os dias são como o ponteiro do relógio
Passam impávidos sem se importarem com mais nada.
As horas e os trens viajam por trilhos impiedosos,
Enquanto o coração segue os caminhos da incerteza.

Aqui da sacada da casa vejo janelas de prédios que calam sussurros,
E da rua vem ruídos de operários trabalhando, carros que rumam nas vias de asfalto,
O ventilador me entorpece com sua brisa artificial e seu som mavioso,
E do lado de fora, vozes que versam outros interesses se fazem ouvir sem saberem que estão sequer sendo notadas.
Aquela dor de fim de tarde quer visitar meu peito,

Mas eu já nem sei se é o peito ou a alma, ou a mente,
Somente sei que nada sei e que a cidade não para porque eu sofro,
Daqui é muito fácil notar que minha melancolia não pára os outros mundos,
Mas pára o meu.

Uma sutil sensação me ocorre enquanto escrevo este poema,
Para mim, se me dá que a angústia é como as marés de inverno,
Constante e solitária, fria e inevitável,
É como um mar em mim de coisas que eu nem saberia dizer,
Mesmo que tentasse explicar.
O que sinto agora na verdade são apenas marés de inverno.





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