quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um Rio Em Mim!



Daqui da montanha avisto um rio.
Espelho d’água cuja beleza há de ser degustada.
...
Os olhos devoram a beleza e a fugacidade das coisas.
O amor é veloz, como velozes são as aves que pousam na cerca.
Assentam-se,
Escutam,
Se escutam.
Olham,
E logo se vão.

Uma brisa leve toca o meu rosto.
O meu corpo cansado quer sossego,
Resquícios das guerras de ontem.
Um mar de silêncio inunda a minha alma.

De longe o rio é beleza para os olhos.
Dentro dele, o meu corpo refrigera-se e teme o ignoto.
Há uma distância entre o rio que os olhos vêm,
E aquele que ameaça todo o corpo em suas profundezas.
Há duas belezas para um só rio, abismos para um só corpo:
Há a que petrifica o olhar com sua sublimidade,
E há a que ameaça o corpo, enquanto alegra-o.

Rios profundos são rios perigosos.
Rios rasos são apenas rios.
A alma quer sossego quer profundidade.
A alma quer tocar o rio com o olhar,
Quer mergulhar em suas águas cor de ferro, das pedras das montanhas.

O que há de mais belo em mim, é filete de um ribeiro de amor que corre das montanhas.
Minha alma é corredeira que dá nas cachoeiras do tempo.
Minha alma é riacho doce.
Esperança minha em suavidade.
Meus sonhos são correntezas que sangram saudades.
Daqui do alto da montanha adejo como uma ave que segue a direção do vento.
Silêncio!
Apenas silêncio e mais nada!

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