segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Garoa


Cai a chuva e lá fora, as flores sorvem as lágrimas.
O vento passa rasteiro eriçando a grama verde.
O céu ainda em tom de cinza derrama torrentes.

O menino adejando brinca sorridente.
O corpo de adulto esconde a alma de quem quer soltar balões,
Soltar pipas, jogar bolinhas de gude e ser feliz.

A felicidade verdadeira é aquela que se dá na simplicidade das coisas.
Há alegria mais doce que correr na chuva? Garoa...
A barba branca na face envelhecida não sepultou em mim a ternura.

Cai a chuva e aqui dentro as flores que não sorvem as lágrimas gemem.
As flores caseiras querem a chuva que escorre os céus,
Céus que anelam os meninos que correm ao léu e banham-nos com amor.

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