quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
UM CORAÇÃO NA AMPULHETA
Os meus olhos marejam na areia do deserto,
certo ar de saudade me faz adejar no tempo.
Silente, a minha alma anela os ventos do sul,
Onde o amor ancora sua nau que vem de longe.
A poeira me faz respirar ofegante,
A cor do deserto me enternece a alma,
Um por-de-sol dos sois de amores idos,
Faz calar em mim a saudade que
seu perfume traz,
sou habitante do deserto.
Arde em mim o anelo de ver-te verde de amor maduro.
E assim, uma ventania leve anuncia o beijo
que minha face sentiu da tua boca doce como o mel.
Sim, não sou eu quem habita o deserto,
É o deserto que me habita e transformou minha alma em areia presa à sua ampulheta.
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