segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

À Luz Das Estrelas



É noite e o dia demora de chegar.
As estrelas estão ali cintilantes à um toque das mãos.
Quando criança eu sonhava contá-las todas,
Mas logo perdia-me encantado pelas cadentes.


O olhar cadente sofria da incapacidade de possuí-las.
A alma é assim, sempre rejeita o que não sabe possuir.
O que haverá depois da Lua? Que segredos ela esconde?
Não sei dizer, só sei que o meu olhar fagulha à luz que esconde a face de menino.


Eu sempre quis saber o que são os buracos-negros, sempre pensei que eles engoliam as estrelas.
Assim, eu indagava-me: de que serve um céu sem estrelas ou uma noite sem luar?
Mas, para que desvendar tal fenômeno se a alma já o conhece?
A alma meu senhor é feita de centelhas de estrelas cadentes, ela sobrevive do amanhecer de estrelas D´alva.
    
Gosto do céu quando os meus pés estão absortos,
Prefiro o azul-marinho de céus de noites silenciosas.
Amo a palavra dita à luz de pirilampos,
Ai onde viceja a vida sem culpa, sem pressa e sem medo.


Amo a fogueira acesa ao pé de corações floridos.
Como quando fagulhas de instantes eternos povoam os céus entre faces sorridentes.
Anelo a fina flor da chuva de respingos sobre as brasas que assam o pão da alegria,
Sim, eu amo o amor entre a fumaça e um dedinho de prosa de velhos marinheiros.


Minha alma é brejeira e quer a felicidade à luz da lua.
Quero a palhoça, o milho, o amendoim e o feijão macassa.
Quero comer peixe com as mãos e beber o vinho da alegria.
Quero qualquer coisa que se chamar amor e bondade à luz das estrelas.  

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