terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Calma!


O mar está ali, calmo com candura e beleza.
Diante de mim, travessias infindas,
Atrás de mim, estradas mortas, onde meu velho coração trilhou.
Sigo como quem segue no lombo de bois por veredas íngremes.

Os bois são assim, calmos como o mar quando visto de longe.
Por que minha alma não se acalma e pega o trem?
O trem que vindo das cabeceiras da serra cerra mundos meus?
Não há ansiedade nos trens sobre calmos trilhos.

Como os bois e o mar, os trens foram feitos para transportar
Sonhos, saudades e o sereno da noite.
Eu preciso aprender que o mar espera o amor que vem de longe.
Que o trem espera o fim da estação, as quatro.
Os bois esperam a poeira da estrada e a canção de boiadeiros em invernos frios.

Eu apenas espero a brisa leve que me leve ao horizonte.
Quero conhecer o mundo.
Quero adentrar as casas e às vidas de gente de outros mundos.
Quero deixar meu coração aberto ao nascer do Sol em calmas manhãs de  espessa neblina e silêncio.   

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