quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Coisas do Amor!





O amor é mar bravio vez em quando.

Oceano que indica o caminho dos ventos.

Tormenta que remexe por dentro o mais forte guerreiro.

Jangada que atravessa as correntezas da alma mar afora.



O amor é perfume exalado na varanda quando o sol é candura.

Ondas sobre as rochas em marés de incertezas junto ao cais.

É caminhar na areia fina à luz da lua ante um céu de estrelas mil.

É nardo puro em vasilha de alabastro quando a vida é oferta.



O amor é som de um violão tocado sem pressa.

Quando as cordas são tingidas de um aveludado afeto.

Clássica melodia que se derrama sobre verso e silêncio.

Universo intermitente onde a lágrima encontra abrigo na flor.



O amor é rio que reflete o sol à tardezinha e respinga o olhar.

É sussurro junto ao berço de uma oração para fazer dormir.

É criança junto ao peito acarinhada com uma canção de ninar.

Flor e fruto entretecendo-se no tecido útero de uma mulher.



O amor é mistério contido nas cavernas da ternura.

Graciosa chuva de esperança que carrega a pétala do ser.

Leveza que sustenta e unifica os mundos.

Ave que percorre o espaço anelando o infinito.



O amor é poesia dita de olhos fechados.

Olhos que se enamoram da beleza das coisas e do mundo.

Balanço de um mar que afaga entre os dedos os raios do sol.

Barca que transpassa a alma de quem sonha horizontes.



O amor é meninos correndo no terreiro.

Pipas soltas pelo ar a fios de linha e carrossel.

É metáfora decompondo as coisas para dar sentido aos sentimentos.

Sorriso de criança que anuncia à luz da lua a grandeza de um instante.



O amor é a eternidade de um suspirar profundo e tenro.

É conter o tempo, é se perder na estrada de um infinito sentir.

É a certeza de que a vida vale a pena simples, como fios de algodão.

É permitir a liberdade dando asas para um ser que se conhece, simplesmente grão.



 O amor é essa coisa que eu nem sei dizer por mais que tente.

É não palavra na palavra.

É grito quando silêncio.

É fechar os olhos para que somente a alma possa ver:

O ontem, o agora e o amanhã.



Poema de Robério Jesus.



Foto de:

Vanderlita Gomes B Marquetti/ Fotografa de Amores e Amoras/ Campinas/ SP

                       vrmarquetti@mpc.com.br

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