Os meus olhos marejam absortos ao relento.
Não é a força da fumaça que passra da última queimada.
O cheiro de mato molhado me faz sentir uma doce saudade.
O meu corpo sente plenamente o perfume da fazenda de um dia.
Na estrada o jumento cansado segue cabisbaixo, lento e derrotado.
A terra seca desanima o homem que assiste tombar faminto o gado.
Para onde vão as rosas quando o Sol é impiedoso?
O odor agreste das carniças transfigura o lugar: paraíso fendido.
Ossadas de animais vencidos ao tempo e ao vento:
Cabras, reses, lagartos e serpentes mortos e urubus saltitantes.
Quase tudo ali é tristeza.
Sofreguidão e mistério ao pé da fonte que morreu na última estação.
A alegria se esconde nas brenhas íngremes do sofrimento.
É possível enxergar a beleza entre abismos.
O sertanejo é um forte, resiste à uma vida insólita.
Suas lágrimas são sua alma liquefeita:
Única chuva possível em tempo de sequidão.
É possível as flores onde se arde a pele!
A canção adormece ao crepúsculo enquanto o amor amanhece.
O cheiro da terra ressentida é face que chora sem lágrimas.
Meu coração é poesia com olor de murta e alecrim.
Meu peito é tapera que abriga a sanfona e a zabumba.
Sinto-me melodia cantada em sussurros e melancolia.
Meus versos alinham-se à linha do horizonte,
Fio de prata que permeia a saudade e o olhar que se perde na varanda.
Do oitão avisto os céus, as nuvens e o infinito que habita a iris do olhar.
A cancela está fechada,
Para onde levará esta estrada?
O coração é estrada de sóis e odores de tenras manhãs.
Quando o coração é sertão de riqueza inesgotável.
E eu sublinho minha bucólica poesia com cera e giz.
Sinto cheiro de leite e estrume do gado que ainda muge em minhas lembranças.
Daqui do meu lugar ainda vejo as aves rumando para o norte, partindo.
Moldura que reveste a alma de um torpor de eternidade e fluidez.
Singelo amor,
Dos amores que existem para se sentir saudade sempre quando ausentes.
Sereno, lindo, indo por ai enquanto o Sol doura o olhar,
Enquanto aquece a face com o beijo de luz, calor e leveza.
Poema foto de Robério Jesus.
Não é a força da fumaça que passra da última queimada.
O cheiro de mato molhado me faz sentir uma doce saudade.
O meu corpo sente plenamente o perfume da fazenda de um dia.
Na estrada o jumento cansado segue cabisbaixo, lento e derrotado.
A terra seca desanima o homem que assiste tombar faminto o gado.
Para onde vão as rosas quando o Sol é impiedoso?
O odor agreste das carniças transfigura o lugar: paraíso fendido.
Ossadas de animais vencidos ao tempo e ao vento:
Cabras, reses, lagartos e serpentes mortos e urubus saltitantes.
Quase tudo ali é tristeza.
Sofreguidão e mistério ao pé da fonte que morreu na última estação.
A alegria se esconde nas brenhas íngremes do sofrimento.
É possível enxergar a beleza entre abismos.
O sertanejo é um forte, resiste à uma vida insólita.
Suas lágrimas são sua alma liquefeita:
Única chuva possível em tempo de sequidão.
É possível as flores onde se arde a pele!
A canção adormece ao crepúsculo enquanto o amor amanhece.
O cheiro da terra ressentida é face que chora sem lágrimas.
Meu coração é poesia com olor de murta e alecrim.
Meu peito é tapera que abriga a sanfona e a zabumba.
Sinto-me melodia cantada em sussurros e melancolia.
Meus versos alinham-se à linha do horizonte,
Fio de prata que permeia a saudade e o olhar que se perde na varanda.
Do oitão avisto os céus, as nuvens e o infinito que habita a iris do olhar.
A cancela está fechada,
Para onde levará esta estrada?
O coração é estrada de sóis e odores de tenras manhãs.
Quando o coração é sertão de riqueza inesgotável.
E eu sublinho minha bucólica poesia com cera e giz.
Sinto cheiro de leite e estrume do gado que ainda muge em minhas lembranças.
Daqui do meu lugar ainda vejo as aves rumando para o norte, partindo.
Moldura que reveste a alma de um torpor de eternidade e fluidez.
Singelo amor,
Dos amores que existem para se sentir saudade sempre quando ausentes.
Sereno, lindo, indo por ai enquanto o Sol doura o olhar,
Enquanto aquece a face com o beijo de luz, calor e leveza.
Poema foto de Robério Jesus.
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