domingo, 15 de janeiro de 2012

Por Ai!




Eu quero entender os sonhos pintados em papel marche.

Tábula rasa onde deslizam pincéis que transportam tintas e imaginação.

Tons de azuis em casario e muros floridos e jardins de inverno.

Quero uma tela que pinte os segredos da alma.

Quero os tons de azuis em céus de outrora,

Outonos meus, partidos em pedaços de maçãs verdes.

Eu quero o cheiro das manhãs e os perfumes das murtas.

Minha poesia é canção de tempos faceiros.

A terra dá o seu grão,

Drão, onde a chuva é mãe do orvalho.

E a noite é a habitação da lágrima que espera respostas.

A esperança cavalga por ai entre as nuvens,

E o amor navega por mares distantes.

Daqui do meu lugar desembarco de mim mesmo no porto do agora.

No cais da saudade deixei a chalana do desejo.

Em silêncio navego mundos,

Atravesso rios sem fim na direção do Sol.

Os meus olhos vêm o que só a alma possui.

O que possui a alma além da espera?

A alma possui a eternidade que pousa numa gota de orvalho.

A eternidade de um instante que se liquefaz, ai onde a pele sente a vida.

A eternidade meu senhor, é essa coisa que nos mexe por dentro.

Inquietudes nossas de cada dia,

Infinitudes da alma que anela mares distantes.

Mares onde as marés povoam os sonhos.

Ali onde somente quem deseja sabe esperar o futuro.

Por ai onde a coragem semeia a beleza e a simplicidade da vida.
 
 
 
Poema e foto de Robério Jesus.

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