quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entre Um Verso E Um Desejo




Um verso peregrino esconde-se em minha alma deserto.

Forja sua espada e brande sua ternura ao lume.

Um verso migra em mim para horizontes meus.

Pagina a flor e o caule de uma planta de oásis na areia.

Um verso me atravessa a calma e me deixa assim.

Quando a palavra é sol, o amor é primavera.

Minha poesia é príncipe maltrapilho, rústico, mas encantador.

No verniz da minha língua pátria escondi o meu verso.

Reversos de avessos meus quando a cor é difusa.

Um verso me habita o ser, mera serenidade.

É um verso dos versos que me fazem sossego.

Sem sentido a palavra é obscuridade.

Mas que sentido eu quero dar à obscuridade dos que moram em mim?

Sinto a dor de amores idos,

É duro acordar em manhãs sem sóis.

A sós, construo muros em minha subjetividade.

Um verso se faz cometa em meu céu estrelado.

No fundo escuro da noite renasce o desejo.

Fecho os olhos.

Imagino a felicidade.

Penso.

Desejo.

E assim a mágica do amor percorre o meu corpo.

Não sei se funciona.

Eu só sei que desejar é mais que uma fantasia.

No desejo eu vivo.

Transcendo a mim mesmo.

Supero-me.

Reinvento-me.

No desejo eu sopro em mim mesmo a força para a vida.

Desejar é preciso.

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