Um verso peregrino esconde-se em minha alma deserto.
Forja sua espada e brande sua ternura ao lume.
Um verso migra em mim para horizontes meus.
Pagina a flor e o caule de uma planta de oásis na areia.
Um verso me atravessa a calma e me deixa assim.
Quando a palavra é sol, o amor é primavera.
Minha poesia é príncipe maltrapilho, rústico, mas encantador.
No verniz da minha língua pátria escondi o meu verso.
Reversos de avessos meus quando a cor é difusa.
Um verso me habita o ser, mera serenidade.
É um verso dos versos que me fazem sossego.
Sem sentido a palavra é obscuridade.
Mas que sentido eu quero dar à obscuridade dos que moram em mim?
Sinto a dor de amores idos,
É duro acordar em manhãs sem sóis.
A sós, construo muros em minha subjetividade.
Um verso se faz cometa em meu céu estrelado.
No fundo escuro da noite renasce o desejo.
Fecho os olhos.
Imagino a felicidade.
Penso.
Desejo.
E assim a mágica do amor percorre o meu corpo.
Não sei se funciona.
Eu só sei que desejar é mais que uma fantasia.
No desejo eu vivo.
Transcendo a mim mesmo.
Supero-me.
Reinvento-me.
No desejo eu sopro em mim mesmo a força para a vida.
Desejar é preciso.
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