quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

As Quatro Estações Do Amor!



O amor é feito flocos de neve nas montanhas.
 

É leve.


É claro.


Alvo como a luz.


Tem a cor das estrelas.


Flutua por ai.


Possui fluidez.


E dança com o vento.


O amor toca suavemente a pele que enternece.

Refresca os olhos e enleva a alma de quem simplesmente ergue a face aos

céus.

O amor é filho recém-nado do inverno.


No outono, é ave que se aninha entre as folhas.


O amor é a teima da última folha no galho da espera.


É pragana que o vento leva arrastando suavemente no chão.


É mistura de tons, amarelo-vermelho na copa das acácias e dos ipês.


É terra que pisam os pés dos que sonhando flutuam por ai.


O amor é flor de primavera.


É delícia de manhãs de chuva fina no campo.


É abelha colhendo o mel num zum zum zum da saudade.


É perfume de jasmins, bromélias, margaridas e azaleias no oitão da casa.


É flor mantida no galho, longe das mãos que para possuir defloram.


O amor é verão de sóis de céus azuis em tons de girassóis visto da janela. 


O amor é brisa que sopra faceira a ternura das pétalas do olhar.


É o olor ao pé das árvores coberto de flores de cores vivas: lilás, branco e rosa
esperança.


Sim, o amor é fruto colhido em seu tempo, maduro, doce e de sabor sem

igual.


O amor habita a beleza e fez a sua casa na árvore do tempo.


O amor é mistério ante o qual, o poeta se cala, admira e respira fundo.


E ali, face à beleza, se esquece de si e de tudo.


O amor é esse mistério que nos apavora não sabê-lo definir.


É o que nos faz tropeçar nas pedras de diamantes do amante.


O amor é silêncio quando a palavra dá lugar à candura sutil de um gesto.


O amor é essa coisa maior que os céus que nos abarcam;


Mais profunda que o mar que nos mergulha.


Mais vasta que o horizonte que nos acolhe.


O amor é mudez de uma alma em fascínio.


Eloquente silêncio quando as mãos vicejam à face.


O amor é a quietude de todas as razões que a razão pode dar ante a beleza.



O amor é como as estações do ano, para compreendê-lo é preciso discernir

O seu momento.

O amor é vórtice.


É a eternidade nas palmas das mãos trazidas junto ao peito.


É prece do orante ante o indefinível.


É perplexidade que eclode à pergunta:


O que é isso que possuo que é infinitamente maior que eu?


O amor é mysterium tremendum ante o qual devoto minha total reverência.




Poema de Robério Jesus.




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