A morte silencia o mundo.
A morte silencia a tudo.
A morte é silêncio.
Cessam-se as dívidas e as dúvidas.
Cessa-se o tempo.
Cessam-se as dores de quem parte.
Cessa-se!
A vida é feita grão na bata de feijão.
Cessa-se a palha.
Cessa-se o gorgulho.
Cessa-se a morte na vida que viceja da terra molhada.
Cessa-se a fome e nasce o homem.
A morte não resiste à vida em grão, em caule e em flor.
Cessa-se!
A morte tem inveja da vida.
Sua feiura não consiste da beleza da vida.
A vida é bela.
Cessa-se o eco, o oco e a oca.
A vida sempre encontra um meio quando a terra é fértil.
Minha poesia é escrita à enxada, escavo-a da ternura em mim.
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