À tardinha quando o sol se põe vem uma leve nostalgia.
As galinhas vão para seus poleiros aninhar-se da noite.
O mugido do gado dá lugar ao cicio do vento.
Uma névoa quebranta o olhar que se esconde sob o véu da noite.
A tramela da porta fecha dessa porta que se parte ao meio a parte baixa.
E de cima, recostado, vejo as andorinhas junto à fonte.
Pás, relhas e enxadas já descansam há horas e o homem se debruça alheio ao tempo.
Os olhos seguem a trilha da estrada de terra que rompe o milharal.
Sigo com o olhar para um lugar além do olhar.
Quando a distância vence os olhos, a imaginação fabrica mundos meus brincantes.
Lugar onde só eu, de minha janela, invado espaços de alegria infinda.
Lugar só meu de sonho e versos e imagens de quem já me fez sentir saudades.
Ai onde eu sou solitude! Aqui no abrigo da minha subjetividade!
À tardinha os sóis dos sonhos são mais brandos, feito sóis de sonhos meus,
sonhados na varanda.
Poema de Robério Jesus.
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