quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

À Tardinha...





 À tardinha quando o sol se põe vem uma leve nostalgia.

As galinhas vão para seus poleiros aninhar-se da noite.

O mugido do gado dá lugar ao cicio do vento.

Uma névoa quebranta o olhar que se esconde sob o véu da noite.

A tramela da porta fecha dessa porta que se parte ao meio a parte baixa.

E de cima, recostado, vejo as andorinhas junto à fonte.

Pás, relhas e enxadas já descansam há horas e o homem se debruça alheio ao tempo.

Os olhos seguem a trilha da estrada de terra que rompe o milharal.

Sigo com o olhar para um lugar além do olhar.

Quando a distância vence os olhos, a imaginação fabrica mundos meus brincantes.

Lugar onde só eu, de minha janela, invado espaços de alegria infinda.

Lugar só meu de sonho e versos e imagens de quem já me fez sentir saudades.

Ai onde eu sou solitude! Aqui no abrigo da minha subjetividade!

À tardinha os sóis dos sonhos são mais brandos, feito sóis de sonhos meus,
sonhados na varanda.


Poema de Robério Jesus.

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