terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Conversa Com O Vento!




Hoje eu acordei sentindo o aroma das flores.

Mas não havia flores ao meu redor.

Do lugar alto de onde eu estava, na sacada, eu conversei com o vento.

Às vezes, falar com o vento é a mais tenra oração que a alma pode fazer.

O vento que traz aromas é o mesmo que leva as preces.

Os prédios elevados ao meu redor,

Não me impediram de ver os campos verdejantes,

Mesmo não os enxergando a olhos nus.

A nudez do olhar se dá, quando a alma evoca jardins floridos.

Camélias, tulipas, bromélias e crisântemos e a eternidade à vista.

À vista, se avista as vistas de quem só deseja ver o sol.

Que perfume eu sinto agora?

O cheiro das manhãs de amoras maduras.

Um pequeno pássaro suave pousou no meu olhar,

No entanto, quem voava era eu, preso ao fio do meu desejo.

Quando o amor é aurora, o dia é lucidez de sonhos primaveris.

Minha poesia é sonho,

Meu desejo é fruto,

Minha alegria é semente, somente.

Minha espera é fé, quando o futuro é escuridão.

Do lugar alto onde estou eu brinco com o vento.

Em que vento vem velejando o amor sobre turvas águas?

O vento da esperança.

Uma calma brisa toca minha face, enquanto eu emudeço o mundo.


Poema e foto de Robério Jesus. 

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