Hoje eu acordei sentindo o aroma das flores.
Mas não havia flores ao meu redor.
Do lugar alto de onde eu estava, na sacada, eu conversei com o vento.
Às vezes, falar com o vento é a mais tenra oração que a alma pode fazer.
O vento que traz aromas é o mesmo que leva as preces.
Os prédios elevados ao meu redor,
Não me impediram de ver os campos verdejantes,
Mesmo não os enxergando a olhos nus.
A nudez do olhar se dá, quando a alma evoca jardins floridos.
Camélias, tulipas, bromélias e crisântemos e a eternidade à vista.
À vista, se avista as vistas de quem só deseja ver o sol.
Que perfume eu sinto agora?
O cheiro das manhãs de amoras maduras.
Um pequeno pássaro suave pousou no meu olhar,
No entanto, quem voava era eu, preso ao fio do meu desejo.
Quando o amor é aurora, o dia é lucidez de sonhos primaveris.
Minha poesia é sonho,
Meu desejo é fruto,
Minha alegria é semente, somente.
Minha espera é fé, quando o futuro é escuridão.
Do lugar alto onde estou eu brinco com o vento.
Em que vento vem velejando o amor sobre turvas águas?
O vento da esperança.
Uma calma brisa toca minha face, enquanto eu emudeço o mundo.
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