segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Córregos Sem-fim






"A pedra lançada continua o seu destino,

Palavra dita, como flecha atinge o peito. Que jeito?

Retroceder não é mais possível, vidraça estilhaçada pelo desejo sem amor.

Caminho sem volta é a morte,

Quando a sorte abriga-se na inexistência,

Ruas floridas que levam a becos sem saídas,

Córregos que levam para o mar sem-fim.

Bom mesmo á amar,

Mar de anil num céu de correntezas e algas,

sufrágio de uma guerra que nem começou,

o verso do avesso e o fim que inicia em si.


Gira a roda da vida,

Girlanda na porta dos que se despedem do agora.

A cidade desperta para a angústia, para o medo e para nada,

E mais um sol nasce sem ser notado.

A lança viaja na direção do ser,

Que destino terá o homem que a espera?

Mera vida de Marias e Josés que morrem nos morros e nas calçadas,

Açudes profundos de uma existência que será cobrada.

Caminha o homem sobre a terra,

Que homem? Que terra? Para onde?

Vai-se a oportunidade perdida, presa fácil

dos que abandonam seus sonhos e desdenham do amor".

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