"A pedra lançada continua o seu destino,
Palavra dita, como flecha atinge o peito. Que jeito?
Retroceder não é mais possível, vidraça estilhaçada pelo desejo sem amor.
Caminho sem volta é a morte,
Quando a sorte abriga-se na inexistência,
Ruas floridas que levam a becos sem saídas,
Córregos que levam para o mar sem-fim.
Bom mesmo á amar,
Mar de anil num céu de correntezas e algas,
sufrágio de uma guerra que nem começou,
o verso do avesso e o fim que inicia em si.
Gira a roda da vida,
Girlanda na porta dos que se despedem do agora.
A cidade desperta para a angústia, para o medo e para nada,
E mais um sol nasce sem ser notado.
A lança viaja na direção do ser,
Que destino terá o homem que a espera?
Mera vida de Marias e Josés que morrem nos morros e nas calçadas,
Açudes profundos de uma existência que será cobrada.
Caminha o homem sobre a terra,
Que homem? Que terra? Para onde?
Vai-se a oportunidade perdida, presa fácil
dos que abandonam seus sonhos e desdenham do amor".
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