terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vento de Longe


"Sou poeta do vento, do sol, da lua e das estrelas;
minha alma desliza sutil na força do espírito das palavras;
tormentas de mim que eclodem tempestades de amores adormecidos na tumba fria do tempo; ventanias de tenras lembranças que não querem calar. Tornados de desejos lacaios do medo de minhas próprias sombras.

Vento que me possui o encanto na terra dos sóis dourados;
Brisa leve que toca a pele de quem deseja o mundo,
De quem respira a liberdade sem descartar a fantasia de encontrar o elo perdido dos sonhos infantis, valsa suave da vida no sopro que vem dos mares; mares cansados das marés e das águas de março,

Mar em mim, de ondas causadas por ti brisa leve, ternura que refaz a paz. Teu hálito puro semeou o afeto na morada dos desejos;
Caatinga exausta da vida que se nega voltar na primavera.

Vento que vem de longe, das torres que sombreiam ingazeiros que sangram a saudade, porteiras velhas que se abrem para velhas estradas de moinhos-de-ventos. Brisa leve que leva a poeira do chão onde as serpentes deixaram seus rastros no lugar das pegadas dos que ainda virão.

Sim, teu ser invisível se pode notar, nas folhas que arrastas na dança que gira o teu corpo leve e ligeiro, impregnado de ar e ternura, fazes teu circúito, transportas as flores e os perfumes que exalam tua presença em forma de cheiro, cicio e silêncio;

Murmúrios de amor à luz da lua, compasso de passos no paço de espaços vazios de mim, fartura de ti, concha que abriga o sorriso num gesto de puro desespero. Brisa leve, és vento rasteiro, sombrio e ligeiro, livre, leve e solto.

Por onde passas deixas o ar de tua graça, e quem te percebe se encanta,
A quem tu envolves, renasce das cinzas, no entanto, a quem tu deixas tocar-te, morre por não saber-se motanha".

Nenhum comentário: