quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Lá Fora




" O vento sopra lá fora, e eu, escondido no meu próprio medo,
sinto-me prisioneiro, atrás das grades de gotas da chuva que regam a incerteza.
A morte é a última estação do trem da vida que desliza nos trilhos da história.
A sorte pede carona, enquanto o futuro insiste em negar aos olhos sua clarividência.

Casulo de mim, onde abrigo a alma que chora gotas que são grades de mim,
vida que verte a saudade das tardes de invernos que se foram;
sonho que destila o aroma do amor que como flor em terra seca não quer brotar,
assim, o deserto é casa de todos nós, ali onde os homens são feitos meras sombras.

Braços frágeis de abraços sinceros abrigam o ser finito num ato de afeto,
olhar que apaga a vela que vela o desejo que se esvaiu em dor,
funeral do anelo que acolhe na capela da esperança a penugem que esvoaça solitária,
pêndulo do relógio do tempo na espera das horas que deflagram sua contumaz demora.
O vento sopra lá fora,
Quanto a mim o que resta é a dor da espera na frieza das horas".

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