"Ara a terra o tabaréu, rotina que eclode na retina que tem sede de ver, ver o verde que resiste em sair na relva que pouco existe ali, vida dura para o olhar que espera a chuva que não vem.
A terra ara o tabaréu, solo ingrato para quem ama seu torrão, cultiva sua história mesmo desejando a estrada, terra amarga para quem derrama seu suor e sangue em busca de paz e pão, terra que afina sua alma enquanto definha seu corpo.
O tabaréu ara a terra, passos firmes rumo ao nada, vidas que resistem ao tempo, agruras que calejam as mãos e ferem a alma que de cansada já nada espera, ali onde o sol de fim de tarde esconde os corpos que se amontoam e morrem em casebres.
O tabaréu a terra ara, nasce o fruto que resiste à morte que campeia, vive o sonho que resiste ao tempo, renasce o homem que resite a morte, o tempo, ao fruto que não vem e ao chão".
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