segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Vida É Breve




"Sinto que a vida é como ondas que quebram nas pedras, soa forte sua voz enquanto, afila a face dos rochedos, ritual do mar que insiste em morrer de amor pela areia.

A vida é pausa da eternindade; jardim que floresce à luz do luar; a pedra no meio do caminho de Drumond; o amor confessado de Neruda, ramalhetes de flores destinados às tumbas frias.

Quero vestir-me de alegria na noite que insiste esconder o sol, voar para o topo da mais alta montanha e respirar ar puro, deslizar nas corredeiras, deixar-me levar enquanto levo o ignoto.

Um momento muito breve é o viver, uma luz sintilante, um piscar de olhos; olhos fatigados de ver; sua garganta é profunda e suas cavernas encobrem as certezas; ruas largas, dias frios, vinho tragado nas tabernas de Barcelos; um momento muito breve é o viver, logo se esvai sua força.

Sinto que a vida é boa quando há amor, o amor é bom quando ha alguém para se amar, o amor é pão que se devora com o outro.

A solidão meu senhor, é loucura, faz fenecer a esperança; sua sentença é pilão que esmaga o grão na pedra da incerteza; sua prisão aniquila o afeto, esvazia o pouco de narsciso que há em nós, arrebenta dos mais fortes a galhardia e faz do fraco um infinito não-ser; rouba-lhe os sonhos, devora-lhe o restolho de fé e enegrece os olhos.

Sinto que a vida é como ondas que quebram nas pedras, mar infindo, águas escuras de ocaenos profundos; a vida meu senhor, é água que se bebe na moringa do desejo".

Um comentário:

Zilda Amorim disse...

Muito lindo!!!Uma definição da vida que só poderia ser dada por um poeta que sente...sente demais a vida!!!